O Recluso | JKim e kiko@bom trocam de posições na direção, mas a qualidade de produção continua a mesma

Sendo mais uma produção da Folha de Pixel já se espera que seja um suspense envolvendo muitos mistérios. Com "O Recluso" não é diferente. Estreia de JKim na direção e com ninguém menos que kiko@bom como produtor, os dois invertem posições de uma parceria que deu certo com outras produções.
Conversando com o kiko eu brinquei dizendo que ainda bem que o JKim pode aprender com ele durante o tempo que trabalharam juntos em outros filmes, e perguntei a ele o que seria do jovem diretor se tivesse sido produtor de "O Mistério do Pen Drive". E de fato JKim mostra que aprendeu muito durante seus serviços como produtor, mas incrivelmente mostra sua marca e sua personalidade como diretor já em seu primeiro filme. Podemos perceber a mescla entre drama e suspense através da trilha sonora, que por sinal foi muito bem selecionada e utilizada, além disso o diretor apresenta os conflitos de seus personagens através do próprio enredo, mas nunca esquece de guardar algo para que fique um mistério, e isso acontece do inicio ao fim do filme, literalmente.
Ao contrário do lançamento anterior da Folha de Pixel, "O Asilo" de Apegavel, que se utiliza de longos diálogos para enriquecer a personalidade dos personagens e para que o público possa entender o que se passa, aqui temos totalmente o oposto, os diálogos são curtos e pouco sabemos sobre o protagonista, porém tudo isso faz parte da trama que envolve o público de uma forma diferente: ao invés de criar um mistério para o que vai acontecer, somos entretidos com os segredos do que já aconteceu, e esse é o grande acerto de JKim.
Contudo, estas duas produções possuem algo em comum que transparece claramente que a Folha de Pixel possui os melhores cineastas do nosso cinema. A impecável direção de fotografia, que já me impressionou em "O Asilo" sendo usado para ajudar na interpretação dos atores e no suspense do enredo, mas que aqui vai muito além de apoiar a história. JKim escolheu e inventou planos e ângulos tão bons que a carisma do protagonista surge através de suas reações, sejam faciais ou corporais, cobrindo a falta de conversações que o personagem possui.
Para um primeiro filme este diretor soube exatamente como contar a história de alguém que busca vingança sem fazer com que isso soe como um clichê ou que fique genérico, só espero que isso não se torne um peso para JKim que terá que fazer continuações tão boas quanto este filme.

excelente

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